sexta-feira, 26 de dezembro de 2008
O pescador e os peixinhos
Quando o pescador puxou sua rede da água, ela veio repleta de peixes graúdos que ele espalhou pela areia. Os menores escaparam pelos buracos da rede e voltaram ao mar.
Quem tem uma posição modesta escapa facilmente da rede em que caem os mais graúdos.
(Autor: Esopo)
domingo, 16 de novembro de 2008
Chuva de peixes
Já houve registros de chuvas incomuns. Um dos mais estranhos fenômenos pode ser a chuva de peixe. Rara, essa chuva é causada pela passagem de um tornado por um rio ou lago. A força do tornado é tão grande que este vira um aspirador e suga muita água - e o que estiver contido nela. Então, a tromba d'água, nome dado a este tipo de tornado, movimenta-se até perder sua força e desaba em forma de tempestade, fazendo chover água e peixe.
quarta-feira, 5 de novembro de 2008
terça-feira, 4 de novembro de 2008
quinta-feira, 16 de outubro de 2008
quarta-feira, 8 de outubro de 2008
terça-feira, 7 de outubro de 2008
quinta-feira, 11 de setembro de 2008
sábado, 24 de maio de 2008
domingo, 4 de maio de 2008
sábado, 3 de maio de 2008
A (perigosa) revolução dos peixes
Os peixes de aquário não aparentam representar nenhum mal. São silenciosos e sempre ficam batendo cabeça do vidro com aquela bochecha de quem não está entendendo nada. Aliás, "cara de peixe" não é uma expressão das mais positivas. E também tem "olhar de peixe morto", o que não vem ao caso, pois os peixes desta crônica estão todos vivos.
Aí é que mora o perigo. Os peixes não fazem nada, passam o dia todo nadando, o que já é sinal de não fazer nada, pois quem nada faz nada ou não faz nada e acaba passando toda a vida sem fazer coisa alguma. Outro dia, olhando para o meu aquário, percebi o perigo que os peixes representam para a manutenção do equilíbrio social (?) conquistado ao longo de milênios de civilização humana. Decididamente eles são uma ameaça à existência humana.
Mas, se você tem aquário em sua casa, fique tranqüilo. De acordo com meu raciocínio, somente os peixes que ainda não foram comprados (ou seja, os que estão em aquários-vitrinas nas lojas do ramo) é que podem nos colocar em risco. Isso porque eles, quando forem adquiridos e saírem das lojas, poderão disseminar o mal a outros peixes e animais aquáticos. É evidente que você, leitor esperto, já deve ter percebido a incoerência: se seus peixes estão em seu aquário é porque um dia foram comprados então também representam perigo - ou seus peixes surgiram por geração espontânea?
Vou tentar explicar sem complicar:
Primeiramente partiremos do princípio insólito de que os peixes, por terem cérebro, também têm consciência. E essa consciência primitiva dos animaizinhos bonitinhos que adornam os aquários da sociedade burguesa devem ser bem limpas, uma vez que pouco eles devem usar. Não é mesma coisa da nossa que temos tanta coisa importante para guardar, desde fórmulas inúteis até o telefone daquela gatinha de ontem à noite, desde a escalação do time até a letra da música favorita. O peixe é apenas um peixe que nada faz e, por não ter nada de importante para lembrar, deve lembrar de todas as coisas inúteis de seu dia-a-dia.
(Outro princípio insólito que devemos considerar é que os peixes têm um método avançado de comunicação entre si. Mas a esta altura você já deve estar desistindo de ler esta complicação toda!)
Então que todo mundo, principalmente as crianças e os adultos com alma de criança, adoram ficar vendo os aquários-vitrinas das lojas do ramo, e ficam feito tontos admirando os peixinhos bonitinhos que parecem tontos mas não são. Aí começa o perigo. O peixe, por não ter nada de importante para armazenar no cérebro, começa a guardar a fisionomia de cada pessoa. E passa isso de peixe para peixe. Um dia esses animais serão comprados e levados para outros aquários. Lá existirão outros peixes que serão doutrinados pelos que viram as faces humanas mais atemorizadas. E assim, um a um, todos os peixes de aquário do planeta conterão em seu interior uma superespécie desenvolvida de animais de estimação. Agora, perigosíssimos animais de estimação. Estes procriarão e as futuras gerações, evoluídas, já nascerão em seio revolucionário.
Tudo pronto, só faltará o estopim. Será num dia de sol, quando o infeliz dono de algum aquário resolverá ir à praia e esquecerá de pôr comida para seus bichinhos queridos. A gota d’água. Eles pegarão em armas, quebrarão os vidros e, sabe-se lá como, comunicarão a todos os outros aquários do globo para que seus habitantes façam o mesmo.
Então, como uma nova Bastilha, a ordem fisionômica será derrubada e o planeta assistirá, passivo como sempre, a uma nova era. A Era dos Peixes de Aquário!
Ps.: Os humanos terão duas alternativas: ou morrerão afogados numa tentativa suicida de protestar contra o sistema ou serão eternos escravos regidos pelas barbatanas dos terríveis peixes de aquário.
[Edison Veiga Junior]
quarta-feira, 23 de abril de 2008
A pérola
No texto paleocristão "Physiologus" encontramos um trecho belíssimo que diz: "Há uma concha no mar que leva o nome de concha purpúrea. Ela emerge do fundo do mar . . . abre sua boca e bebe o orvalho do céu e o raio do sol, da lua e das estrelas, e por intermédio dessas luzes superiores produz a pérola".
Escritos cristãos antigos retratam o Cristo como "a grande pérola que Maria carrega".
A pérola é pura e preciosa, porque é retirada de uma água lodosa, de uma concha grosseira, e surge tão bela, tão límpida. Há uma certa aura de magia que a cerca.
A origem mítica mais comum menciona conchas fecundadas através de temporais, pelo trovão, o dragão celestial, e sendo alimentadas pela luz da lua, gerando então a pérola.
Os celtas usavam-nas para energizar um recipiente, conhecido como Vasilha Mãe, que mais tarde foi chamado Cálice Sagrado, fonte da imortalidade.
Poemas épicos indianos como o Ramayana e Mahabarata contém interessantes lendas sobre pérolas: "Após a criação do mundo os quatro elementos honraram o Criador, cada um com um presente. O Ar ofereceu-lhe um arco-iris; o Fogo uma estrela cadente; a Terra um precioso rubi e a Água uma pérola". Na Índia acreditava-se que as pérolas nasciam na testa, cérebro e estômago dos elefantes (animais sagrados), também nas nuvens, conchas, peixes, serpentes, bambus e ostras. Sendo propriedade exclusiva dos deuses, as pérolas das nuvens irradiavam boa sorte. As pérolas das serpentes possuíam um halo azul e descendiam de Va’Suki, soberano das serpentes. Os mortais muito raramente viam essas pérolas: somente os de grande mérito gozavam de tal privilégio.
Na Malásia acreditava-se que elas nasciam nos coqueiros, enquanto que na China supunha-se que elas cresciam num peixe parecido com a enguia, ou no cérebro do dragão.
Lendas também falavam da pérola que crescia na cabeça do sapo. Shakespeare mencionaria essa crença milhares de anos após, em sua obra As You Like It: "Doce pode ser a adversidade da vida, que como o sapo, feio e peçonhento, na cabeça traz, todavia, uma jóia cingida".
Em sua simbologia a pérola está inegavelmente ligada à lua, à água e à mulher. Nascida das águas, numa concha, representa o princípio Yin, a feminilidade criativa. A semelhança entre a pérola e o feto lhe confere propriedades genésicas e obstétricas. Desse triplo simbolismo (Lua - Água - Mulher) derivam suas propriedades mágicas, medicinais, ginecológicas.
Na Pérsia antiga a pérola intacta era o símbolo da virgindade. O termo "furar a pérola da virgindade" está associado à consumação do matrimônio.
No Oriente é considerada afrodisíaca, fecundante, um talismã.
Na Grécia antiga era sinônimo de amor e casamento.
Na China e Índia é o símbolo da imortalidade, daí o fato de colocarem uma grande pérola na boca do morto, para regenerá-lo e inseri-lo num ritmo cósmico, cíclico, que, à imagem das fases da lua, pressupõe nascimento, vida, morte e renascimento.
Simbolismo forte também é o das pérolas enfiadas em um cordão. É o rosário, o sutratma, a cadeia dos mundos, penetrados e unidos por Atma, o Espírito Universal.
domingo, 20 de abril de 2008
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