quarta-feira, 23 de abril de 2008

A pérola














No texto paleocristão "Physiologus" encontramos um trecho belíssimo que diz: "Há uma concha no mar que leva o nome de concha purpúrea. Ela emerge do fundo do mar . . . abre sua boca e bebe o orvalho do céu e o raio do sol, da lua e das estrelas, e por intermédio dessas luzes superiores produz a pérola".

Escritos cristãos antigos retratam o Cristo como "a grande pérola que Maria carrega".

A pérola é pura e preciosa, porque é retirada de uma água lodosa, de uma concha grosseira, e surge tão bela, tão límpida. Há uma certa aura de magia que a cerca.

A origem mítica mais comum menciona conchas fecundadas através de temporais, pelo trovão, o dragão celestial, e sendo alimentadas pela luz da lua, gerando então a pérola.

Os celtas usavam-nas para energizar um recipiente, conhecido como Vasilha Mãe, que mais tarde foi chamado Cálice Sagrado, fonte da imortalidade.

Poemas épicos indianos como o Ramayana e Mahabarata contém interessantes lendas sobre pérolas: "Após a criação do mundo os quatro elementos honraram o Criador, cada um com um presente. O Ar ofereceu-lhe um arco-iris; o Fogo uma estrela cadente; a Terra um precioso rubi e a Água uma pérola". Na Índia acreditava-se que as pérolas nasciam na testa, cérebro e estômago dos elefantes (animais sagrados), também nas nuvens, conchas, peixes, serpentes, bambus e ostras. Sendo propriedade exclusiva dos deuses, as pérolas das nuvens irradiavam boa sorte. As pérolas das serpentes possuíam um halo azul e descendiam de Va’Suki, soberano das serpentes. Os mortais muito raramente viam essas pérolas: somente os de grande mérito gozavam de tal privilégio.

Na Malásia acreditava-se que elas nasciam nos coqueiros, enquanto que na China supunha-se que elas cresciam num peixe parecido com a enguia, ou no cérebro do dragão.
Lendas também falavam da pérola que crescia na cabeça do sapo. Shakespeare mencionaria essa crença milhares de anos após, em sua obra As You Like It: "Doce pode ser a adversidade da vida, que como o sapo, feio e peçonhento, na cabeça traz, todavia, uma jóia cingida".

Em sua simbologia a pérola está inegavelmente ligada à lua, à água e à mulher. Nascida das águas, numa concha, representa o princípio Yin, a feminilidade criativa. A semelhança entre a pérola e o feto lhe confere propriedades genésicas e obstétricas. Desse triplo simbolismo (Lua - Água - Mulher) derivam suas propriedades mágicas, medicinais, ginecológicas.

Na Pérsia antiga a pérola intacta era o símbolo da virgindade. O termo "furar a pérola da virgindade" está associado à consumação do matrimônio.

No Oriente é considerada afrodisíaca, fecundante, um talismã.

Na Grécia antiga era sinônimo de amor e casamento.

Na China e Índia é o símbolo da imortalidade, daí o fato de colocarem uma grande pérola na boca do morto, para regenerá-lo e inseri-lo num ritmo cósmico, cíclico, que, à imagem das fases da lua, pressupõe nascimento, vida, morte e renascimento.

Simbolismo forte também é o das pérolas enfiadas em um cordão. É o rosário, o sutratma, a cadeia dos mundos, penetrados e unidos por Atma, o Espírito Universal.

domingo, 20 de abril de 2008

sábado, 12 de abril de 2008

Fundo do mar





















No fundo do mar há brancos pavores,
Onde as plantas são animais
E os animais são flores.
Mundo silencioso que não atinge
A agitação das ondas.
Abrem-se rindo conchas redondas,
Baloiça o cavalo-marinho.
Um polvo avança
No desalinho
Dos seus mil braços,
Uma flor dança,
Sem ruído vibram os espaços.
Sobre a areia o tempo poisa
Leve como um lenço.
Mas por mais bela que seja cada coisa
Tem um monstro em si suspenso.


Sophia de Mello Breyner Andersen

Água viva




Anêmona do mar







































A anêmona vive presa a um suporte, que pode ser por exemplo uma pedra. Como fica o tempo inteiro presa a um substrato, para conseguir se alimentar utiliza seus tentáculos. Os animais que se aproximam da anêmona-do-mar para procurar abrigo, acabam morrendo. Isso acontece, pois ela possui células urticantes em seus tentáculos que paralisam suas presas no mesmo momento em que o veneno é disparado. Porém, um dos únicos animais que podem se aproximar da anêmona e não precisa se preocupar é o peixe palhaço. Acredita-se que esse peixe tenha uma defesa natural contra o veneno da anêmona.

Peixe-Anjo-Preto

Zanclus canescens

Cardinal Bangai

Gramma Brasiliensis

Donzelas

Peixes de pequeno porte, resistentes e alegres.





Borboletas





Anjos Anões

Também da família Pomacanthidae, estes anjos chegam a no máximo 15 cm em aquários, o que permite sua manutenção em tanques de médio porte. Alguns, como o Centropyge bispinosus (Coral Beauty) podem ser colocados em aquários com corais e rochas vivas.








Anjos ou Angel Fishes

Da família Pomacanthidae, chegam a atingir 30 cm em aquários, portanto necessitam de grandes volumes. Outra características interessante, é que alguns membros desta família apresentam cores e padronagens diferentes quando juvenis e adultos. Alimentam-se de pólipos, corais e esponjas, o que pode dificultar sua manutenção em aquários de corais e rochas vivas.









Cirurgiões ou Tangs

Da família Acanthuridae, são peixes muito bonitos e resistentes. Possuem um espinho na cauda para se defender. Alimentam-se de algas e pequenos animais.