Pudesse eu ser a concha nacarada, Que, entre os corais e as algas, a infinita Mansão do oceano habita, E dorme reclinada No fofo leito das areias de ouro... Fosse eu a concha e, ó pérola marinha! Tu fosses o meu único tesouro, Minha, somente minha! Ah! com que amor, no ondeante Regaço de água transparente e clara, Com que volúpia, filha, com que anseio Eu as valvas de nácar apertara, Para guardar-te toda palpitante No fundo de meu seio!