domingo, 24 de março de 2013

O peixe espada



Quando um peixe-espada
Vê outro peixe-espada
Pensam que eles brigam?
Qual brigam qual nada!

Poderão no máximo
Brincar de duelo
Mas brigar só brigam
Com o peixe-martelo.

Ou com o tubarão.


Vinicius de Moraes

Mar





Na melancolia de teus olhos
Eu sinto a noite se inclinar
E ouço as cantigas antigas
          Do mar.

Nos frios espaços de teus braços
Eu me perco em carícias de água
E durmo escutando em vão
          O silêncio.

E anseio em teu misterioso seio
Na atonia das ondas redondas.
Náufrago entregue ao fluxo forte
          Da morte.


Vinicius de Moraes

terça-feira, 19 de março de 2013




É hora da tempestade. O mar espera silencioso.

Victor Hugo

domingo, 10 de março de 2013




Em certos pontos, em certas horas, contemplar o mar é sorver um veneno. É o que acontece, às vezes, olhando para uma mulher.

Victor Hugo

sábado, 9 de março de 2013




Tente recomeçar o mundo a partir de ondas de um mar sereno, ventos roubados de árvores, luz recolhida dos furos do tecido que reveste a manhã.
Carlos Emilio Faraco


"Nessa pedra alguem sentou para ver o mar
Ma o mar,nao parou para ser olhado
E foi mar,pra todo lado."


Paulo leminski


domingo, 3 de março de 2013




No aquário redondo
o peixe dourado
julga o mar enfadonho


Eugénia Tabosa



Da mesma forma aquela sentença:
“A quem te pedir um peixe, dá uma vara de pescar.”
Pensando bem, não só a vara de pescar, também a linhada,
o anzol, a chumbada, a isca…


Cora Coralina


Brisa marinha




 



A carne é triste, sim, e eu li todos os livros.
Fugir! Fugir! Sinto que os pássaros são livres,
Ébrios de se entregar à espuma e aos céus imensos.
Nada, nem os jardins dentro do olhar suspensos,
Impede o coração de submergir no mar
Ó noites! nem a luz deserta a iluminar
Este papel vazio com seu branco anseio,
Nem a jovem mulher que preme o filho ao seio.
Eu partirei! Vapor a balouçar nas vagas,
Ergue a âncora em prol das mais estranhas plagas!

Um Tédio, desolado por cruéis silêncios,
Ainda crê no derradeiro adeus dos lenços!
E é possível que os mastros, entre ondas más,
Rompam-se ao vento sobre os náufragos, sem mastros,

 sem mastros, nem ilhas férteis a vogar...
Mas, ó meu peito, ouve a canção que vem do mar!


Stéphane Mallarmé