Muitas velas. Muitos remos. Âncora é outro falar... Tempo que navegaremos não se pode calcular. Vimos as Plêiades. Vemos agora a Estrela Polar. Muitas velas. Muitos remos. Curta vida. Longo mar.
Por água brava ou serena deixamos nosso cantar, vendo a voz como é pequena sobre o comprimento do ar. Se alguém ouvir, temos pena: só cantamos para o mar...
Nem tormenta nem tormento nos poderia parar. (Muitas velas. Muitos remos. Âncora é outro falar...) Andamos entre água e vento procurando o Rei do Mar. ..
Os peixes de prata ficaram perdidos, com as velas e os remos, no meio do mar. A areia chamava, de longe, de longe, ouvia-se a areia chamar e chorar!
A areia tem rosto de música e o resto é tudo luar!
Por ventos contrários, em noites sem luzes, do meio do oceano deixei-me rolar! Meu corpo sonhava com a areia, com a areia, desprendi-me do mundo do mar!
Mas o vento deu na areia. A areia é de desmanchar. Morro por seguir meu sonho, longe do reino do mar!