terça-feira, 26 de junho de 2012

A canção das conchas



Guardo em conchas arroubos do coração
Conchas que trazem os segredos do mar
  Embalados em suave canção
  Guardo  desejos e suspiros em conchas
Penduradas ao meu pescoço
Para que não se desvencilhem de mim
Tantos ais e lamentos fazem alvoroço
Cá dentro onde me vejo assim
  Sonho, ilusão
  Saudade, coração



Os cuidados com essa vida
Se embebedam nas águas fundas em mim
Se enroscam em rede  de mistério sem fim
Talvez um lampejo de transparência
Um toque suave de inocência



Recolho pedaços de mim
Nas conchas calcificadas
O espelho reflete
Uma imagem quebrada
Ilusões petrificadas 
Quero encaramujar
Me atirar ao mar
Não posso
Prossegue a jornada



   Úrsula A. Vairo Maia ( Úrsula Avner )    

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