Estava limpando o aquário e de repente um peixe pulou. Tentei salvá-lo. Ele escapou, pulou e finalmente morreu. Cantei a Lacrimosa de Mozart e sepultei-o no vaso de violetas.
"Anoiteceu no meu olhar de feiticeira, de estrela do mar, de céu, de lua cheia, de garça perdida na areia. Anoiteceu no meu olhar, perdi as penas, não posso voar, deixei filhos e ninhos, cuidados, carinhos, no mar. Só vei voar dentro de mim neste sonho de abraçar o céu sem fim, o mar, a terra inteira! E trago o mar dentro de mim, com o céu vivo a sonhar e vou sonhar até ao fim, até não mais acordar. Então, voltarei a cruzar este céu e este mar, voarei, voarei sem parar á volta da terra inteira! Ninhos faria de lua cheia e depois, dormiria na areia..." (Dulce Pontes)
Após uma discussão com o ex-marido, uma mulher fritou os peixinhos dourados de estimação que o casal havia comprado e estavam na casa do homem, em um subúrbio de Houston, no estado do Texas (EUA), segundo a emissora americana de TV "Fox". De acordo com o porta-voz da polícia de Pasadena, Vance Mitchell, a ex-mulher pegou os sete peixes dourados que estavam no apartamento do ex-marido e, depois de fritá-los, comeu alguns deles. Mitchell destacou que a discussão começou sobre algumas joias que o homem tinha dado para a ex-mulher, mas pegou de volta. Ela queria que ele lhe entregasse as joias. Ao chegar à casa da mulher, os agentes encontraram quatro peixinhos fritos em um prato. A mulher contou que já havia comido os outros três.
Estava o português em um daqueles imensos aquários, quando se depara com um japonês brincando com um peixinho. Não é que o japonês colocava o dedo num lugar do vidro do aquário e lá ia o peixinho, colocava noutro, e o peixinho como que hipnotizado seguia. O português muito impressionado foi lá perguntar ao japonês como é que ele conseguia aquilo. Ao que o japonês respondeu:
- Simples, mente supelior domina mente infelior, né. Entra o intervalo comercial, e meia hora depois se retoma a cena. Lá está o português em frente ao peixinho abrindo e fechando a boca.
A loira ganhou um peixinho dourado e não sabia o que dar para ele comer.Pediu ajuda para a amiga,que ensinou como botar comida no aquário.A loira olhou maravilhada e depois falou: -E agora? O que dou para ele beber?
Um sujeito estava no jardim de sua casa quando vê o vizinho, no jardim ao lado, cavando um buraco. Curioso, ele se aproxima da cerca que divide as duas casas e pergunta ao vizinho: - O que você está fazendo? - Cavando um buraco pra enterrar meu peixinho dourado que morreu! - Nossa! Mas esse buraco não é grande demais pra um peixinho de aquário? - Não. É que o peixinho está dentro da barriga do imbecil do seu gato!
domingo, 10 de janeiro de 2010
Apenas ouve-se um canto, Tão triste, que faz chorar; E os pescadores, que o ouvem, Começam logo a rezar, Dizendo consigo: é ela, É ela, a filha do mar!
A sereia é o símbolo nacional da Dinamarca, e ela está sentada sôbre uma rocha, desde 23 de agosto de 1913, olhando para as águas do Langelinie, em Copenhagen. Ela foi esculpida pelo escultor Edvard Eriksen.
Um velho marinheiro estava muito triste, sentado perto de um grande rochedo, aonde as ondas do mar vinham bater com toda força fazendo um enorme barulho e deixando um lençol branco de espuma.
Olhando toda aquela beleza pensava como era feliz quando mais jovem e cheio de energia ia para o mar navegar. Sempre tinha em mente que algum dia encontraria uma sereia. Mas havia passado uma grande parte de sua vida, dedicado ao mar e nunca tinha ouvido o canto da sereia.
Os marinheiros contavam histórias de sereias e de como elas eram bonitas.
___Como gostaria que acontecesse alguma coisa em minha vida, para que pudesse realizar o meu grande sonho.
Olhou firme para o mar batendo nas pedras e gritou bem alto:
____Sereia desse imenso mar azul, realize o meu sonho, apareça e cante para mim.
Houve um grande silêncio, até as ondas não estouraram nos rochedos, Os pássaros voaram para longe. Era como se o tempo tivesse parado.
Ao longe começou a ouvir um som agudo e depois esse som se tornou melodioso.
O marinheiro colocando as mãos na boca, espantado falou bem baixo: __Não, não é verdade! Não pode ser! Acho que é o canto da sereia!
Então da água, começou a emergir os mais belos cabelos longos e um lindo rosto de mulher, como ele nunca tinha visto, olhava e acenava as mãos.
O pescador olhou e disse:
___É uma mulher que está mergulhando próximo do rochedo, é muito perigoso! Que pena, bem que poderia ser uma sereia!
Ele gritou:
___Moça, saia de perto das pedras, a maré vai subir e você vai se machucar.
Ela sorriu.
___Você não me chamou? Eu estou aqui! Estou sempre perto de você, mas você está sempre tão ocupado não me notava.
O pescador levou um grande susto, quando aquele ser mitológico metade mulher, metade peixe foi saindo da água sentando em uma pedra, sorriu batendo a cauda na água provocando espumas para todos os lados.
A sereia percebeu lágrimas nos olhos do pescador que mais pareciam pérolas e ficou penalizada. Pensou, pensou e disse:
___Pescador, vamos fazer um trato? Não gosto de ver um homem do mar triste, enquanto você viver, eu ficarei aqui nos rochedos para que possa conversar comigo quando quiser.
Ele não podia acreditar no que ouvia e via.E acenou com a mão num sinal de positivo.
Rumou para casa acenando para a sereia e ela respondia com seu canto maravilhoso e no seu nadar sedutor, dizendo:
Clara como a luz do sol Clareira luminosa Nessa escuridão Bela como a luz da lua Estrela do oriente Nesses mares do sul Clareira azul no céu Na paisagem Será magia, miragem, milagre Será mistério!...
Prateando horizontes Brilham rios, fontes Numa cascata de luz No espelho dessas águas Vejo a face luminosa do amor As ondas vão e vem E vão e são como o tempo...
Luz do divinal querer Seria uma sereia Ou seria só Delírio tropical, fantasia Ou será, um sonho de criança Sob o sol da manhã...
Clara como a luz do sol Clareira luminosa Nessa escuridão, hum! hum! Bela como a luz da lua Estrela do oriente Nesses mares do sul Clareira azul no céu Na paisagem Será magia, miragem, milagre Será mistério!...
Prateando horizontes Brilham rios, fontes Numa cascata de luz No espelho dessas águas Vejo a face luminosa do amor As ondas vão e vem E vão e são como o tempo...
Luz do divinal querer Seria uma sereia Ou seria só Delírio tropical, fantasia Ou será, um sonho de criança Sob o sol da manhã... Composição: Lulu Santos / Nelson Motta
C’est la sirene, Qui va chanter La cantilene, Qui fait aimer.
Sereia Viver aqui eu não posso Nem no vale, nem na serra; Eu não sou filha da terra, Eu sou sereia do mar. Correi, ondas, brandamente, Correi, vinde me buscar.
Nasci no seio das vagas, Numa gruta de cristal; Em colunas de coral O meu berço se embalou. Ondas, levai-me convosco, Que eu desta terra não sou.
O amor criou-me entre pérolas Sobre fúlgidas areias, Mago canto de sereias Meus sonos acalentou. Ondas, levai-me convosco, Que eu também sereia sou.
Eu não sou filha da terra, Vivo triste nestas plagas; Embalada sobre as vagas, Só no mar quero viver. Correi, vinde, ó minhas ondas. A meus pés vinde gemer,
No regaço cristalino Brandamente me tomai; Aos plácios de meu pai Vinde, vinde me levar. Correi, ondas, pressurosas, Levai a filha do mar.
E se alguém na terra ingrata Sentindo loucos amores, Meus encantos e favores Insensato desejar, Em torno a mim, bravas ondas, Vinde em fúria rebentar.
Em solitário rochedo, Batido pelas tormentas, Ide, ó ondas turbulentas, Ide longe me ocultar. Rugindo ali noite e dia, Guardai a filha do mar.
Sentada ao pé de um rochedo, Com os pés na branca areia, Assim cantava a sereia A linda filha do mar. E a onda mansa, gemendo, Os pés lhe vinha beijar.
Pescador, que além vogava, No seu batel escondido, Absorto prestava ouvido A tão saudoso cantar, E a vela e o remo esquecia Ouvindo a filha do mar.
III
PESCADOR
Não mais lamentes Em tom magoado Teu triste fado, Filha do mar.
Vem a meu barco, Nos braços meus Aos lares teus Te irei levar.
De novo os belos Paços reais, Entre os cristais Irás saudar,
E sobre as finas, Fulvas areias, Entre as sereias Irás cantar.
Embora sejam Teus ermos lares Entre os algares Do fundo mar.
Sejam embora Negro alcantil, Que monstros mil ‘Stão a guardar,
Onde as tormentas Sempre batendo, Com ronco horrendo Vão rebentar.
Irei, se queres, Agora mesmo, Sem medo, a esmo Te acompanhar.
Meu barco é leve, Meu braço é forte, E a própria morte Sabe afrontar.
Só peço em paga Da doce lida Passar a vida A te adorar,
E a teus joelhos Sempre prostrado Teu rosto amado A contemplar.
Oh! vem comigo, Vem pressurosa, Vem, ó formosa Filha do mar.
IV
Calou-se o barqueiro amante; Mas depois ouviu, tremendo, Um canto, que mais ao longe, Mais ao longe foi morrendo. A cantar e a fugir A sereia ia dizendo:
SEREIA
Eu sou pérola das vagas, Que nao sei, nem quero amar; O meu peito é como a rocha, Onde em vão esbarra o mar. Mancebo, vai noutra parte Teus amores suspirar.
Do que existe sobre a terra Nada me pode agradar; Só amo a Deus nas alturas, E a liberdade no mar. Mancebo, vai noutra parte Teus amores suspirar.
V
Desta canção fugitiva Os ecos ainda duravam, E nas praias suspiravam Entre os bramidos do mar; E o pescador entre angústias Sentia o peito estalar.
PESCADOR
Por que foges, branca fada De formosura sem par? Por que me escondes teu brilho, Formosa estrela do mar?… Ronca em torno a tempestade. Meu barco vai soçobrar.
Só tu podes no meu peito Uma esperança plantar; E as tormentas, que me cercam, Com tua luz aplacar. Nestes medonhos abismos Nao me deixes soçobrar. Ferve o mar, o céu em chamas
Vem abismos aclarar; Nestas águas desastrosas Vai meu barco soçobrar. Vem salvar-me por piedade, Formosa estrela do mar.
VI
Longos dias se passaram; Ninguém mais ouviu cantar A linda filha das águas Nem na praia, nem no mar. E vivia o pescador Triste e só a definhar.
Se ousava nas ermas praias Seu queixoso canto alçar, Só ouvia longe, longe Uma voz a lhe bradar: “Mancebo, vai noutra parte Teus amores suspirar.”
VII
Passaram mais dias, meses; já cansado de pensar O pescador sem barco soltou ao mar. Ei-lo sem norte e sem rumo Nas ondas a resvalar.
Ei-lo que vai mar em fora. Nas ondas do mar bravio Seu amor louco e sombrio Quer consigo sepultar. Contra uma rocha empinada Vai seu barco espedaçar.
Mas eis soa-lhe aos ouvidos Voz celeste e maviosa, Em toada lamentosa Tristes coplas a cantar. Aos acentos suspirosos Cala a brisa, e geme o mar.
VIII
SEREIA
Sou moça e sou formosa; Dos mares sou princesa; Em graças e beleza Jamais achei igual. E vivo aqui sozinha, Ai céus! para meu mal.
E vivo aqui sozinha No seio de esplendores; Ninguém quer meus amores Ninguém me vem buscar. E eu sou a mais formosa Das filhas deste mar.
E eu sou a mais formosa E a mais alva açucena, Que sobre a onda serena Balança o airoso hastil. Mas nesta solidão Que serve ser gentil?
Mas nesta solidão Ninguém vem consolar-me; E sempre a lastimar-me Aqui morrerei só. Ai triste de mim! triste! Ninguém de mim tem dó.
IX
Ouvindo a canção chorosa O barqueiro estremeceu, E entregue a seus devaneios O leme e a vela esqueceu E com olhar desvairado O horizonte percorreu.
Nem no mar, nem no rochedo Vulto humano percebeu E esta frase piedosa Pelos lábios lhe tremeu: “Esta triste, que assim chora, É infeliz, como eu.”
Depois firme e resoluto Em pé na proa se ergueu, E para às alheias mágoas Juntar o queixume seu Alçando a voz sobre as vagas Desta sorte respondeu:
X
PESCADOR
Por entre as ondas bravias, De mil tormentas batido, Em busca de um bem perdido Voga, voga, ó batel meu. Voga!…um dia saberemos Onde a ingrata se escondeu.
Houve um dia, uma sereia… Oh! que linda ela não era!… Porém tão ingrata e fera, Que de amor me enlouqueceu. Dizei, nuas penedias, Onde a ingrata se escondeu.
Ela deixou-me, – a cruel! - Entregue a negros pesares, Lastimando sobre os mares O triste destino meu. Dizei-me, ó ondas sonoras, Se ela de mim se esqueceu
Se nas asas do tufão Devassando o mar profundo Na raia extrema do mundo A meus olhos se escondeu, Neste barco aventureiro. Lá mesmo voarei eu.
Se entre monstros marinhos Lá no mais fundo dos mares, Em cristalinos algares Se oculta o retiro seu, Em meu amor confiado Lá também descerei eu.
Se entre rochas malditas, Entre grossos vagalhões, Defendidos por dragões Seus palácios escondeu, Mil mortes desafiando Lá mesmo chegarei eu.
Por entre as ondas bravias De mil tormentas batido Em busca de um bem perdido Voga, voga, ó batei meu. Voga!…um dia saberemos, Onde a ingrata se escondeu.
XI
SEREIA
Nestas praias solitárias Que procuras, pescador?… Vens buscar pérola finas, E corais de alto valor?… Se tais tesouros desejas, Voga além, ó pescador.
Que estrela por estes mares Te conduz, o pescador?… Queres ser nauta valente, Deste mares ser o senhor?… Se tal ambição te ocupa Passa além, ó pescador.
Os mistérios saber queres Desta ilha, ó pescador?… E deste asilo os segredos Aos olhos do mundo expor? Se é esse o desejo teu, Vai-te embora, ó pescador.
Mas se perigos insanos Afrontando sem pavor, Nesta ilha solitária Tu vens procurar amor A meus braços sem detença, Corre, voa, ó pescador.
XII
Na base da penedia O vulto branco surdiu De uma donzela formosa Como igual nunca se viu. Para lá o pescador O barco seu impeliu.
Saltando na branca areia Aos pés da bela caiu; Mas ela com brando riso Meigas frases proferiu, Beijou-lhe a fronte incendida E os alvos braços lhe abriu
O batel abandonado No pego se submergiu, E o ditoso par amante Entre rochas se sumiu, E por aquelas paragens Nunca mais ninguém os viu.
Às vezes por horas mortas, Pelas noites de luar Ao largo vê-se um barquinho Solitário a velejar. Quem vai dentro não se sabe Nem se vê ninguém remar.
Apenas ouve-se um canto, Tão triste, que faz chorar; E os pescadores, que o ouvem, Começam logo a rezar, Dizendo consigo: é ela, É ela, a filha do mar!
Castanhas madeixas, pendem sobre tua reluzente face Acentuando o brônzeo tom de tua acetinada pele
Altiva Siren! Anseio ser encantado pelo hipnotizante som de tua voz
Majestosa Nereida Se a areia eu fosse Que prazer seria, sentir sobre mim, teu corpo sensualmente repousado!
Tua essência me inflama, tal e qual o sol, que irradia seu calor sobre teu corpo Aquecendo-te, levando-te a um lânguido relaxamento físico e mental
Em meus devaneios, desejo ser o vento, a circundar-te, brincando em teus cabelos Soprando suavemente os pelos da tua nuca, fazendo percorrer por todo teu corpo um eletrizante calafrio!
Desejo também ser o mar E, ver-te caminhar soberanamente em minha direção Adentrar ao meu ser, sem pedir ou vacilar Permitindo que eu vá aos poucos, envolvendo ao teu corpo, sentindo simultâneamente à cada centimetro do teu ser!
Deixo em teus lábios, meu sal, ao qual recolhes com a ponta da língua!
Sei que à noite, muito depois que me deixaste Meu calor ainda está em tua pele Que meus sussurros, ainda ecoam em teus ouvidos... Meu gosto, ainda está em tua boca!
Assim... Mesmo distante Estou contigo Estou em tí!
Humberto
A sereia com o seu canto encantador, leva os marinheiros desavisados para os rochedos.
Tarcísio Nunes
"Deve-se evitar a preguiça, essa sereia enganadora."
(Horácio )
Na mitologia grega as sereias eram criaturas de extraordinária beleza e de uma sensualidade irresistível. Quando cantavam, atraíam os navegantes que não conseguiam pelejar contra seu poder de sedução. Obcecados por aquela melodia sobrenatural, os pilotos arremessavam seus navios contra as rochas da ilha, naufragavam, e as sereias devoravam os tripulantes. Os gregos relatam que apenas dois conseguiram vencer o encanto de inimigas tão terríveis. Orfeu, o deus mitológico da música e da poesia, encontrou um recurso. Quando sua embarcação aproximou-se de onde estavam as sereias, ele salvou seus parceiros, tocando uma música ainda mais doce e envolvente do que aquela que vinha da ilha. A outra solução foi encontrada por Ulisses. O herói da Odisséia não possuía talentos artísticos. Sem dons, sabia que não venceria as sereias. Reconhecido de sua fraqueza e falibilidade, concebeu outro plano. No momento em que sua embarcação começasse a se aproximar da ilha sinistra, mandaria que todos os homens tapassem os ouvidos com cera e que o amarrassem ao mastro do navio. Depois que encarou sua fraqueza e incapacidade de enfrentar as armadilhas das sereias, rumou para a ilha conforme o plano. Do mesmo modo, deu ordem aos tripulantes: mesmo que implorasse para que o soltassem, as cordas deveriam ser apertadas ainda mais. Quando chegou a hora, Ulisses foi seduzido pelas sereias como previra, mas seus marinheiros não o libertaram. Quase louco, pedindo para ser solto, passou incólume pelo perigo. O relato mitológico termina afirmando que as sereias, decepcionadas por haverem sido derrotadas por um simples mortal, afogaram-se no mar. O que salvou Ulisses não foi a percepção de sua superioridade, mas a consciência de sua fragilidade.
Ricardo Gondim
Mostrai-me as anémonas, as medusas e os corais Do fundo do mar. Eu nasci há um instante.
Sophia de Mello Andresen
E os corpos espalhados nas areias Tremem à passagem das sereias, As sereias leves de cabelos roxos Que têm olhos vagos e ausentes E verdes como os olhos dos videntes.
As sereias nadam alegres na Praia do Desejo, Cantando belas canções de amor ao vento; Sonhando, ardentes, dele receber um beijo, Um beijo do Amor, um beijo em pensamento.
O azul claro do céu de súbito invade o mar, Nos rostos lindos delas um sorriso sensual, Uma eterna magia que o mundo faz sonhar, Um doce olhar, um amor belo, especial.
Os navios naufragados jazem abandonados No fundo do mar, pelo tempo olvidados, Com os corpos de marinheiros afogados.
Mas o canto delas é um canto de encantar, É apaixonado, é um canto que faz sonhar, Elas cantam porque o Amor querem amar.
O rei atirou Seu anel ao mar E disse às sereias: – Ide-o lá buscar, Que se o não trouxerdes, Virareis espuma Das ondas do mar! Foram as sereias, Não tardou, voltaram Com o perdido anel. Maldito o capricho De rei tão cruel! O rei atirou Grãos de arroz ao mar E disse às sereias: – Ide-os lá buscar, Que se os não trouxerdes, Virareis espuma Das ondas do mar! Foram as sereias Não tardou, voltaram, Não faltava um grão. Maldito o capricho Do mau coração! O rei atirou Sua filha ao mar E disse às sereias: – Ide-a lá buscar, Que se a não trouxerdes, Virareis espuma Das ondas do mar! Foram as sereias... Quem as viu voltar?... Não voltaram nunca! Viraram espuma Das ondas do mar.
Ó cântico das sereias perdidas, Em torno dos mares salgados, Brotam corais de cores vivas, E olhares bem apagados.
Sombra virgem que gela a morte Olhos vagos Tristes, pequenos Sem vida, sem sorte Noite negra tão breve e vazia No escuro trazes de volta O cantar da sereia para, quebrar O silêncio mudo do meu dia.
O mar, mestre dos navegantes, berço de belos romances, começo e fim de grandes amores, guardião do farol solitário, tem a cor imprecisa dos teus olhos e o estranho brilho da tua pele morena.
Ah! O mar me traz tantas saudades. Ah! O mar, o eterno mar.
Teu riso infantil me dizia o quanto querias ser minha no mar, dois corpos nus rolaram na areia tendo a noite por testemunha, e o mar que se abriu para nós esconde o sol e as estrelas do céu, afogando as paixões sem piedade.
Ah! O mar, o imenso mar. Mar que me mata devagar.
O mar, casa dos marinheiros, rota dos barcos de pesca, lar dos pescadores, amante de Iara, tem a cor indefinida dos teus olhos e o mistério dos teus cabelos molhados.
O mar cujas ondas tocam-me a alma, é o mesmo mar que esconde os afogados. O mar levou o meu coração para bem longe e me aprisionou em ilhas distantes, na ilha da Ilusão, na ilha da Saudade, na ilha do Amor, e todas estas ilhas... distantes de ti, meu amor, e dos teus olhos indiferentes cor do mar.
Quanta saudade eu tenho do mar. Ah! O mar foi feito para os lunáticos.
O mar, velho contador de histórias, numa noite escura e fria, veio até mim e revelou onde escondeu o meu amor. Então, eu caminhei pela praia, enfrentei as ondas, entrei nas águas e fui buscar o teu coração, Sereia, melancolicamente, no fundo do mar.
Ariel era uma jovem sereia, filha do rei Tritão. Gostava muito de nadar na superfície do mar, e ficar espiando a maneira de como viviam os humanos. Um dia, ela encontrou um navio que afundava, e salvou um de seus tripulantes. Ela o levou até a praia, e passou a noite cuidando do príncipe desmaiado. Pela manhã, quando o príncipe Eric acordou, Ariel já havia ido embora, e ele só conseguia lembrar da linda voz de sua salvadora. Os dois se apaixonaram, embora o príncipe não se lembrasse do rosto de Ariel. Ela decidiu que queria casar com Eric, e foi conversar com seu pai: – Minha filha, você é uma sereia, e não pode amar um humano. Os humanos tem pernas, e nós temos cauda, portanto você não conseguiria sobreviver fora do mar. Muito triste, ela foi procurar a Bruxa dos Mares, e pediu que seu rabo fosse transformado em pernas. A bruxa pediu em troca sua linda voz. Ariel concordou com a troca. A bruxa ainda disse que ela teria um mês para conquistar o príncipe, caso contrário, viraria escrava dos mares. A Pequena Sereia, tomou uma poção mágica, e depois desmaiou. Quando acordou estava em uma linda praia, com o Eric ao seu lado. Eles se tornaram amigos, e o príncipe levou Ariel para morar no seu castelo. Ele contou a ela que estava apaixonado por uma moça, mas apenas se lembrava da linda voz que ouvira. Como Ariel estava muda, não conseguiu falar de seu amor por ele. O tempo estava passando e a cada dia Eric se encantava mais com a bondade de Ariel. A bruxa percebendo isso, resolveu, que estava na hora de interferir. Ela se transformou em uma linda moça, e foi procurar o príncipe. Ela carregava a voz de Ariel em um medalhão pendurado no pescoço. Quando escutou aquela linda voz, Eric achou que havia encontrado a moça que o salvara. Encantado com o acontecimento, foi marcado o casamento. Este seria realizado no navio do príncipe Eric. No sair do casamento, por acidente, o medalhão caiu no chão e se quebrou. Imediatamente a bruxa voltou a sua antiga forma, e Ariel recuperou sua voz. O príncipe percebeu que estava sendo enganado, e expulsou a bruxa do navio. Ele ficou muito feliz porque descobriu que a sua salvadora era Ariel. Os dois se casaram, e o pai de Ariel a transformou em humana para sempre. Ariel e o príncipe Eric foram muito felizes.
Naufragam todos os barcos Que passam ao largo de ti, Encantas-lhes os marinheiros, Ficam sem saber de si. És sereia enganadora, Com teus cantos de encantar, Coitado de quem se afoita, Nas águas frias do mar, Onde ficas noite e dia, Lançando os teus feitiços, Cantando sem alegria, Para os corações mortiços.
Já nasceste assim sereia, Nas dunas à beira-mar, Nasceste em berço de areia Com Neptuno a embalar.
Os que pensam estar na rota, Mais segura deste mundo, Ao passarem na tua ilhota, O seu barco vai ao fundo. Coitados dos navegantes, Não sabem como escapar, É poderosa a magia, Que os leva a naufragar; Mesmo que avisados, Por outros que lá passaram, Querem tentar ser primeiros, Daqueles que te enganaram.
Já nasceste assim sereia, Nas dunas à beira-mar, Nasceste em berço de areia Com Neptuno a embalar. Só um deles foi Ulisses, Mas guarda-lo bem, não o mostras, Encantou-te o coração Desfazes os dos outros e gostas. Só um deles foi capaz Em noite de distracção, Ir montado no seu barco E roubar-te o coração. Só há um afortunado, Quem dera que fosse eu, Fiquei por ti encantado Mas o teu amor venceu.
Já nasceste assim sereia, Nas dunas à beira-mar, Nasceste em berço de areia Com Neptuno a embalar.
As Ondinas, os elementais da água, funcionam na essência invisível e espiritual chamada éter úmido. A beleza parece ser uma característica comum dos espíritos da água. Onde quer que as encontremos representadas na arte e na escultura, são sempre cheias de graça e simetria. Controlando o elemento água - que sempre foi um símbolo feminino - é natural que os espíritos da água sejam com mais freqüência simbolizados como fêmeas. Existem muitos grupos de Ondinas. Algumas habitam cataratas, onde podem ser vistas entre os vapores; outras têm o seu habitat nos pântanos, charcos e brejos, entretanto outras, ainda, vivem em claros lagos de montanha. Em geral quase todas as ondinas se parecem com seres humanos na forma e tamanho, embora aquelas que habitamos rios e fontes tenham proporções menores. Normalmente elas vivem em cavernas de corais ou nos juncais à margem dos rios ou das praias. As Ondinas servem e amam sua rainha, Necksa. Elas são antes de tudo seres emocionais, amigáveis para com a vida humana e que gostam de servir à humanidade. Às vezes são representadas cavalgando golfinhos marinhos e outros peixes grandes, e parecem ter um amor especial pelas flores e plantas, às quais servem de maneira tão devotada e inteligente quanto os gnomos. Os antigos poetas diziam que as canções das ondinas eram ouvidas no vento oeste e que sua vidas eram consagradas ao embelezamento da Terra material.Esta Invocação deverá ser feita, com os pés descalços, em direção ao Norte e próximo de água corrente ou com uma vasilha de água fresca e cristalina: “Eu vos saúdo, Ondinas, Que constituís a representação do elemento Água; Conservai a pureza da minha alma, como o o Elemento mais precioso, da minha vida e do meu organismo. Fazei-me pleno de sua criação fecunda, e dai-me sempre intuição de forma nobre e correta. Mestres da Água, eu vos saúdo fraternalmente. Amém.” Com esta Invocação, pode-se obter amor, intuição, sensibilidade e tudo aquilo que a água pode nos dar.
Os elementais das águas são as ondinas, sereias e ninfas (tritons, naiades).
Ondinas - Vivem nos riachos, nas fontes, no orvalho das folhas sobre as águas e nos musgos. São reconhecidos por terem o poder de retirar das águas a energia suficiente para a sua luminosidade, o que permite ao homem, por muitas vezes, percebê-los em forma de um leve "facho de luz". Sereias - São elementais conhecidos como metade mulher e metade peixe, delicados e sutis, com o poder de encantar e hipnotizar o homem com seu canto. Ninfas - São elementais que se assemelham às ondinas, porém um pouco menores e de água doce. Apresentam-se geralmente com tons azulados, e como as ondinas maiores, emitem suas vibrações através de sua luminosidade. A diferença básica entre uma e outra, encontra-se na docilidade e beleza das ninfas, que parecem "voar" levitando sobre as águas em um balé singular.
As Sereias quando incorporam, não costumam falar. Emitem um som que imita um canto, mas é um mantra repetido o tempo todo.
Quem as viu, descreveu-as tal como nos mitos sobre as sereias gregas: metade mulher, metade peixe!
Há na criação dimensões da vida que são, em si, realidades plenas e destinadas a formas de vida específicas. Dimensões que não têm início ou fim, pois são infinitas e totalmente aquáticas.
Espíritos que sempre viveram e evoluíram dentro d’água também receberam de Deus tudo de que precisavam para se adaptar ao meio destinado a eles.
A metade humana indica que são espíritos. A metade peixe indica que se adaptaram ao meio durante suas evolução.
São seres "encantados" da natureza aquática e também estão evoluindo.
Esses espíritos são possuidores de formidáveis poderes que, se colocados em nosso auxilio, muito nos ajudam.
Como o arquétipo já existia em função dos mitos e das lendas sobre elas e das visões desses seres encantados, então não foi surpresa elas se manifestarem quando se canta para Iemanjá.
Existem várias versões para o mito das sereias. A princípio acreditava-se que haviam apenas dois exemplares. Partênope e Lígia. Versões posteriores acrescentam Leucósia como o terceiro elemento. Uma tocava lira, outra cantava e a terceira tocava flauta. Eram jovens de uma beleza sem par e integravam o cortejo da misteriosa Perséfone. Quando Hades, o deus dos infernos raptou Perséfone, as sereias pediram aos deuses asas para que pudessem procurar sua ama em todos os lugares. Há uma versão que Deméter, a mãe de Perséfone, irada com seu rapto, subtraiu as asas das sereias e transformou-as em monstros.
Outra versão conta que Afrodite, enciumada com a beleza de suas concorrentes, transformou-as em sereias ou seja metade mulheres e da cintura para baixo peixes para que nunca pudessem vir a usufruir dos prazeres do corpo.
Como empregadas de Perséfone, agora a rainha dos onfernos, as sereias estavam encarregadas de levar as almas para sua senhora. Ficavam muna ilha do Mediterrâneo aguardando a passagem de barcos com pescadores e marinheiros para depois de enfeitiçá-los com sua beleza e cânticos, as vítimas sucumbissem e, então cumpririam a missão de levar-lhes as almas.
Numa outra versão a sereia se apaixona por um jovem ingênuo. Os dois compartilhavam de mundos completamente diferentes mas para poderem ficar juntos, a sereia depois de analisar todo o sacrifício que deveria fazer propõe ao jovem algumas condições.
Este não poderia perguntar-lhe o verdadeiro nome, não poderia abrir uma caixinha dourada que a mesma guardava em seu armário e nem entrar no quarto dela numa determinada hora. Estas condições só foram respeitadas temporariamente e, transgredindo as solicitações seja por simples curiosidade seja por desrespeito, o encanto quebrou-se e os dois não puderam mais conviver juntos e a sereia partiu para sempre deixando o jovem desolado.
Cada uma das passagens apresentadas tem muitas das características das pessoas que tem a data de nascimento compreendida entre "20 de fevereiro" e "20 de março", ascendente em Peixes ou que tem Netuno como planeta importante no Mapa Natal.
Numa noite calma de primavera ou outono, o marinheiro deixa deslizar docemente seu barco perto das margens semeadas de rochedos e ouve ao longe, no marulho das ondas, o gorjeio de uma ave. Esse gorjeio, entrecortado por gritos estridentes e zombeteiros, ganha os ares e passa invisível com um estranho síbilo de asas, por cima da cabeça do marinheiro atento, dando-lhe a impressão de um concerto de vozes humanas. A sua imaginação lhe representa grupo de mulheres que se divertem e tentam desviá-lo de seu rumo. Ele acaba se aproximando mais para identificar a voz e sua embarcação se quebrará nos rochedos. Esta é sem duvida, a origem de todas as fábulas das Sereias. Mas devemos agradecer a estes poetas que criaram esta lenda tão maravilhosa. As sereias na época de homero eram 3 irmãs, filhas do deus Aqueló e da musa Calíope. Lígia toca flauta, Parténope lira e Leucósia lê textos e cantos. Seus nomes gregos evocam as idéias de candura, de brancura e de harmonia. Outros dão-lhes os nomes de Aglaofone, Telxieme e Pisinoe, denominações que exprimem a doçura da sua voz e o encanto de suas palavras. Conta-se que elas eram ex-companheiras de Perséfone, filha de Deméter, que foi raptada por Plutão(Hades), Senhor dos Infernos. Segundo a lenda, as sereias devem sua aparência a Deméter, que as castigou por terem sido negligentes ao cuidarem de sua filha. Ovídio, ao contrário, diz que as Sereias, desoladas com o rapto de Perséfone, pediram aos deuses que lhes dessem asas para que fossem procurar a sua jovem companheira por toda a Terra. Habitavam rochedos escarpados sobre as margens do mar, entre a ilha de Capri e a costa de Itália. O oráculo predissera às Sereias que elas viveriam tanto tempo quanto pudessem deter os navegantes à sua passagem, mas desde que um só passasse sem para sempre ficar preso ao encanto de suas vozes e das suas palavras, elas morreriam. Por isso essas feiticeiras, sempre em vigília, não deixavam de deter pela sua harmonia todos os que chegavam perto delas e que cometiam a imprudência de escutar os seus cantos. Elas tão bem os encantavam e os seduziam que eles não pensavam mais no seu país, na sua família, em si mesmos. Esqueciam de beber e de comer e morriam por falta de alimento. A costa vizinha estava toda branca de ossos daqueles que assim haviam perecido. Entretanto, quando os Argonautas passaram nas suas paragens, elas fizeram vãos esforços para atraí-los. Orfeu, que estava embarcado no navio, tomou sua lira e as encantou a tal ponto que elas emudeceram e atiraram os instrumentos ao mar.Ulisses, obrigado a passar com seu navio adiante das Sereias, mas advertido por Circe, tapou suas orelhas e de todos os seus companheiros e se fez amarrar os pés e as mãos ao mastro principal. Além disso, proibiu que de lá o tirassem se, por acaso, ouvindo o canto das Sereias, ele exprimisse o desejo de sair. Não foram inúteis essas precauções. Ulisses, mal ouviu as doces vozes e as promessas sedutoras das Sereias, deu ordem para que seus marinheiros o soltassem, o que felizmente eles não fizeram. Pausânias conta ainda uma fábula sobre as Sereias:"as filhas de Aqueló, diz ele encorajadas por Juno, pretendiam a glória de cantar melhor do que as Musas, e ousaram fazer-lhes um desafio, mas as Musas, tendo-as vencido, arrancaram-lhe as penas das asas e com elas fizeram coroas." Com efeito, existem antigos monumentos que representam as Musas com uma pena na cabeça. Apesar de temíveis ou perigosas, as Sereias não deixaram de participar das honras divinas e tinham um templo perto de Sorrento.
Bibliografia consultada: As mais belas histórias da Mitologia - Sérgio D. T. Macedo